Instituto Alana

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PF investiga possível ligação de grupo com neonazistas de SP e PR

Ney Rubens
Direto de Belo Horizonte
A Polícia Federal em Belo Horizonte (MG) investiga a possível ligação entre jovens que moram na capital mineira e em Contagem, na região metropolitana, com o grupo de neonazistas que foi preso no mês passado em São Paulo e no Paraná. A PF deflagrou na manhã desta sexta-feira uma operação de combate a crimes de difusão de conteúdo racista pela internet.
Segundo o delegado Marinho Silva Rezende, as investigações da Operação OPA - uma alusão ao termo ódio e preconceito por acesso à internet - tiveram início a partir de denúncias de usuários de sites de relacionamento. Após o contato com uma testemunha, os investigadores receberam a informação de que haveria relação do grupo com a morte de um casal de universitários em Curitiba (PR) no dia 21 de abril.
Bernardo Dayrell Pedroso e Renata Waechter Ferreira foram assassinados na capital após uma festa que comemoraria o aniversário de nascimento de Hitler. O crime teria sido motivado pela disputa da liderança do grupo neonazista desmantelado pelas polícias do Paraná e São Paulo.
Agentes da PF cumprem quatro mandados de busca e apreensão nas casas dos suspeitos durante a operação desta sexta-feira. Todos são investigados pela suposta divulgação pela internet de conteúdo racista e neonazista. Os investigados tiveram o sigilo eletrônico quebrado por autorização da justiça e os IPs (registro de cada computador) identificados.
Os jovens investigados pertencem a todas as classes sociais. Na casa de um deles foram encontrados livros e CDs de músicas com letras em português que fazem apologia ao nazismo, além de fotos e reportagens do ditador alemão Adolf Hitler.
"Não constitui flagrante a pessoa ter este material em casa. O flagrante é a divulgação, que será constatada após a perícia. Nenhuma das quatro pessoas tem passagem pela justiça, mas todas têm um histórico de acessar sites com o mesmo conteúdo de racismo, ódio e nazismo", concluiu o delegado Rezende.
Se for confirmada a divulgação por parte dos suspeitos de práticas nazistas e racistas, a Polícia Federal informou que pedirá a prisão deles.
Os crimes são determinados pelo artigo 20 da Lei 7716/89, que pune com pena de reclusão de 2 a 5 anos e multa a divulgação de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou nacionalidade por qualquer meio de comunicação.